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Ago/Set | 2016 • N
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24 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR
seus filhos em casa, sem a presença do companhei-
ro ou ex-companheiro; e Homoparental – pessoas
do mesmo sexo vivendo em união amorosa, com ou
sem filhos morando junto. “Os resultados do estudo
indicam que os novos agrupamentos familiares estão
mudando não somente a forma que a renda familiar
é composta, mas como ela é alocada para as despesas
da vida em família e quem exerce o papel de decisor
de consumo nos diferentes núcleos”, complementou.
Os novos decisores
“Sem dúvida, a estruturação do consumo está rela-
cionada a vários fatores, mas é influenciada, princi-
palmente, pelas particularidades de estilo de vida,
composição demográfica e estrutura das famílias. As
características gerais de cada um dos arranjos fami-
liares, como a relação entre as pessoas que os cons-
tituem, a presença de pessoas dependentes e ativas
economicamente, o perfil de sexo do seu ‘chefe de
família’, entre outras, podem influenciar de maneira
decisiva o perfil de consumo das unidades familia-
res”, explicou. Por isso, as companhias estão de olho
nos comportamentos para conseguir segmentar suas
ofertas e entregar valor genuíno ao target (público-al-
vo), sem recair em preconceitos e estereótipos que já
foram ultrapassados. “Essas novas composições de
receita familiar, compartilhamento das despesas e
poder de decisão sobre o consumo abrem portas para
se pensar na necessidade de um olhar mais segmen-
tado para a oferta de produtos, serviços, formas de
comercialização, sistemas de pagamento e caminhos
de conexão com aqueles que compõem os novos nú-
cleos familiares”, completou a executiva.
Uma análise do
gerenciamento do consumo
nos diferentes arranjos
familiares aponta para quatro
tendências importantes.
Fique de olho!
1. A fragmentação dos papéis do
homem e da mulher nas decisões de
consumo e nos papéis de shopper
(comprador, em inglês, e que, no
universo do marketing refere-se ao
cliente que pensa, pondera e decide
a sua compra a partir de avaliação
criteriosa). Categorias, antes,
claramente dirigidas ao homem ou
a mulher, hoje podem estar com os
papéis invertidos se considerarmos,
por exemplo, o crescimento dos
núcleos Monoparentais masculinos
ou Homoparentais.
2. Uma tendência cada vez maior
de necessidades e preferências
individuais dentro de uma mesma
família, gerando uma procura por
produtos porcionados, ofertas de
serviços mais modulares e adequados
a composições, como as dos núcleos
Pluriparentais ou Anaparentais.
3. Famílias plurais trazem novas e
diferentes composições da receita e
das despesas. Com isso, a demanda
por diferentes soluções de custeio
e investimento compartilhado deve
ser crescente nos próximos anos em
todos os setores: serviços de saúde,
entretenimento, tecnologia, serviços
financeiros e transporte seriam
alguns deles.
4. Finalmente, os novos arranjos
familiares representam uma mudança
de costumes e paradigmas. O grande
desafio do futuro é a priorização – por
parte das empresas – de práticas não
preconceituosas ou de pré-julgamento
no atendimento ao cliente. E, aqui, não
estamos nos referindo somente ao
núcleo Homoparental, mas a todos os
novos perfis de clientes identificados
no estudo.