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Ago/Set | 2016 • N

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24 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR

A estimativa até 2030 é de que haja um crescimento de

50% no índice de doenças crônicas no Brasil. Entenda

as complicações da ocorrência de duas ou mais doenças

crônicas, simultaneamente, e como o cuidado integral

à saúde pode auxiliar na prevenção desses casos

A

tualmente, as doenças crônicas são a prin-

cipal causa de mortalidade no mundo, re-

presentando 60%. No Brasil, essa realidade

não é diferente: de acordo com dados da Agência

Nacional de Saúde Suplementar (ANS), existem no

País quase 53 milhões de pessoas com pelo menos

uma doença crônica, e as estimativas do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam

que 75% das pessoas com mais de 60 anos são por-

tadoras de alguma doença crônica.

A multimorbidade é um novo fenômeno na esfera da

saúde dos idosos, que se caracteriza por um conjunto

de condições crônicas de saúde e suas implicações.

As estatísticas de dois anos atrás apontavam que 50%

dos idosos possuíam três ou mais condições crô-

nicas de saúde e 20% apresentavam cinco ou mais.

Os impactos na saúde são diversos, como hospitali-

zação, mortalidade, institucionalização, readmissão

hospitalar, entre outros. Também está presente na

multimorbidade a polifarmácia, que se caracteriza

pela utilização de diferentes medicamentos para as

diversas morbidades presentes e que podem implicar

efeitos adversos. “A multimorbidade – estado de duas

ou mais enfermidades crônicas afetando um indiví-

duo – é progressivamente mais prevalente em idosos,

sendo que a presença de duas ou mais enfermidades

total

atenção

crônicas afeta cerca de 50% das pessoas com mais

de 60 anos de idade, chegando a 80% aos 85 anos

de idade”, acrescenta André Cassias, coordenador do

eixo do Comitê de Atenção Integral à Saúde (CAS) e

consultor da Unimed do Brasil.

O aumento da expectativa de vida e os fatores de ris-

co, como obesidade, sedentarismo e estresse, apon-

tam para uma estimativa de 50% de crescimento

do índice de doenças crônicas até 2030, segundo

a Organização Mundial da Saúde (OMS). “A multi-

morbidade destaca-se como um problema de saú-

de pública, pois seu manejo adequado é um desafio

para os profissionais e os serviços de saúde de todo

o mundo. Observa-se também que indivíduos com

multimorbidade apresentammaior número de inter-

nações hospitalares e necessidade de unidades hos-

pitalares de alta complexidade, o que eleva bastante

o custo de tratamento. Entre as suas consequências,

enquadram-se também maior risco de morte e de-

clínio funcional, fatores que pioram a qualidade de

vida. Portanto as estratégias de medicina preventiva

são aliadas ao controle da multimorbidade e devem

ocupar um local de destaque nos serviços de saúde e

nas políticas públicas”, comenta Inês Cláudia Rodri-

gues Costa, médica geriatra e coordenadora técnica

de Medicina Preventiva da Unimed Fortaleza.