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REVISTA UNIMED BR • N
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24 • Ano 6 • Ago/Set | 2016
“Tenho orgulho e modéstia desse
feito. Fui determinado por Deus a
trazer renovação e, por meio des-
sas mudanças, transformamos o
trabalho médico no Brasil”, afir-
mou o ginecologista e obstetra
durante entrevista, em 2013.
O diferencial da Unimed é jus-
tamente o cooperativismo, em
especial a gestão democrática
por parte dos médicos coopera-
dos. Nas palavras do fundador:
“O cooperativismo é uma socie-
dade aberta, sem fins lucrativos e
que busca fazer justiça social. Ele
surge como um sonho da huma-
nidade, como uma forma de hu-
manização do capitalismo.”
Nascido em Penápolis, interior
de São Paulo, era filho de José
Castilho Sobrinho e de Alayde
Rodrigues Castilho. Edmundo
foi criado em fazenda, mas sabia
que seu destino não estava ali,
pois desde a infância brincava
de tratar pessoas. “Eu nunca me
adaptei ao gado e àquela vida.
Enquanto meu irmão mais velho
fazia tudo direitinho, eu fazia tu-
do errado. E entendi que não era
ali o meu lugar. Como tive várias
doenças – malária, meningoen-
cefalite, estreei a penicilina em
Penápolis, depois tive tubercu-
lose –, convivi muito com mé-
dicos. Em uma época na qual
a cura era ‘benzimento’, eu me
apaixonei pela medicina”, afir-
mou em entrevista.
Formou-se em medicina pela
Universidade Federal do Paraná,
fez residência na Santa Casa de
Santos e também foi presiden-
te do Sindicato dos Médicos de
Santos. Quando já estava à frente
da expansão do Sistema Unimed
no País – fenômeno iniciado pelo
interior de São Paulo –, encon-
trou muitos desafios para admi-
nistrar seus novos deveres e a
prática da profissão que tanto o
completava: “Fiz uma salinha e,
quando arranjava tempo, aten-
dia aquela clientela que eu tive e
que foi fantástica. Durante algum
tempo, estava em São Paulo tra-
balhando, entrava uma gestante
em trabalho de parto e eu vinha
com meu carro, fazia o parto e
voltava. Uma vez, corri como um
doido, bati na serra e quase me
quebrei todo.”
Edmundo foi presidente da Uni-
med do Brasil por 25 anos, entre
1975 (anode sua fundação) e2000.
À frente da Confederação, criada
para organizar institucionalmente
o Sistema, além de integrar e for-
talecer a marca Unimed, teve a
oportunidade de propagar seus
valores internacionalmente, con-
quistando papel de destaque nas
políticas de saúde e cooperati-
vismo desenvolvidas em outros
países. Nesta época, foi o primeiro
vice-presidente da Organização
Internacional das Cooperativas de
Saúde (IHCO, na sigla em inglês).
Por muitas vezes, viajou para a
Europa, Japão e outros países do
continente americano a fim de
compartilhar a experiência coo-
perativista da Unimed.
Questionado, em 2007, sobre o
que é ser Unimed, o fundador
resumiu: “É ser gente. O mé-
dico tratando o usuário como
gente, com respeito. O usuário
respeitando o médico. As duas
parcelas se beneficiando com
isso e beneficiando a comuni-
dade. Respeitando o País, res-
peitando o mundo, respeitando
a vida.”
Deixou a esposa, Lala, e os filhos,
Edmundo Jr. e Roberto. Deixou
também 350 cooperativas, 113
mil médicos cooperados e 19
milhões de beneficiários em
todo o País. E deixou o mundo
mais cooperativo do que aquele
que encontrou.
Grandes
feitos de
um grande
homem
Durante o tempo em que
esteve à frente do Sistema
Unimed e da Unimed do
Brasil, Edmundo Castilho foi
responsável por iniciar vários
projetos que consolidaram
o cooperativismo médico
e a marca Unimed como
importantes partes do
setor de saúde no País.
•
Idealização da União
dos Médicos – Unimed,
em Santos
•
Fundação da Unimed do
Brasil, da Central Nacional
Unimed
e da Seguros Unimed
•
Adoção do Intercâmbio
Nacional
•
Defesa de uma marca
única, que se tornou
referência e sinônimo
de planos de saúde
•
Expansão e solidificação
da marca no Brasil
•
Criação do conceito
de áreas de atuação
no Sistema Unimed
•
Difusão do cooperativismo
de saúde em âmbitos
nacional e internacional