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REVISTA VIVA
O paratleta da equipe capixaba de natação, Marco Aurélio, mostra como treina
para melhorar a técnica das braçadas. Na foto com seu técnico Leonardo Cunha.
ESPORTE TRANSFORMA
Um dia, lendo uma matéria de jornal que falava sobre a
equipe de natação paraolímpica capixaba, Aurélio Serafin,
de certa forma, renasceu. Ele resolveu começar a nadar. "O
esporte mudou tudo. Antes não tinha nada e agora tenho um
ânimo a mais, um incentivo para viver", afirma o nadador. No
ano de 2007, veio sua convocação para seleção brasileira de
natação paraolímpica. Atualmente, Marco treina forte para
conseguir vaga nas Paraolimpíadas de Londres. "Treino de
segunda a sábado, cerca de 1h e 30 minutos. Nado, apro-
ximadamente, 3000 metros por dia e oito quilômetros por
semana", conta.
Marco Aurélio vive uma vida normal, dirige, sai comamigos
e treina forte para as competições. "Hoje em dia o preconcei-
to está acabando. Nós, atletas com deficiência, somos bem
tratados por nossos colegas, técnicos e equipe", afirma. Em
2011 ele ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de
Natação para Atletas com Deficiência, classe S6 (deficiência
física / motora com comprometimento físico de nível 6 numa
escala decrescente que vai de 1 a 10), nas categorias de 50 e
100 metros livres. No total foram cinco medalhas de bronze e
uma de prata, além de seis medalhas de ouro e uma de prata
no Campeonato Regional, ocorrido no mesmo ano.
TREINOS
LeonardoNiglinas Cunha é técnico deMarco Aurélio na equipe
de natação paraolímpica capixaba. Trabalha também com
adultos e crianças com deficiência e que querem aprender
natação. De acordo com o treinador, a quantidade de treinos
de um paratleta é a mesma de um atleta normal, o que varia
é a carga de treino, conforme o tipo de deficiência.
"Para um paraplégico, por exemplo, o esfor-
ço deve ser monitorado, devido à grande carga
nos ombros. Não se pode forçar tanto e se deve
adequar à necessidade de cada um", completa.
Leonardo explica que, na natação, existem 14
classes de deficiência para competição, sendo
dez para deficientes físicos, três para deficientes
visuais e uma para deficiente mental.
Atualmente o técnico trabalha com atletas
de deficiência física, em sua maioria cadeirantes.
Cerca de 25% de seus atletas estão se preparando
para o campeonato regional, previsto para maio
deste ano, em Brasília. De acordo com Leonardo,
seis atletas vão competir o Brasileiro e dois desses
têm chance de conseguir vaga para disputar as
Paraolimpíadas de Londres. "Queremos que cada
vez mais atletas consigam o índice para disputar
grandes competições, oque resulta emvitóriapara
o esporte e para estas pessoas que necessitamde
motivação para viver", ressalta.
CONQUISTAS
Welington Cavalcante, 40 anos, é atleta parao-
límpico, com expressivos resultados, tanto em
provas de Mountain Bike, como de ciclismo, ten-
do alcançado a marca de 219 títulos conquista-
dos, em sete anos de prática esportiva. Caval-
cante mostra garra ao alcançar os objetivos e
renovar suas metas a cada conquista. Em 2011,
dentre os muitos campeonatos que participou,
conquistou o primeiro lugar no Campeonato
Estadual de Ciclismo e o Campeonato Brasileiro.
Na Copa Internacional deMountain Bike de 2009
também foi campeão.
Welington trabalhava como caminhoneiro
até sofrer um grave acidente, há 16 anos, quan-
do teve a perna esquerda amputada. "Antes do
acidente, não tinha perspectiva na vida. Era só
viajar e ganhar dinheiro, sem dar valor às pe-
quenas rotinas. Às vezes, chegava a deixar de
lado a família e os amigos. Depois, passei a ver