Revista Viva - N°06 - Unimed Vitória - page 28

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REVISTA VIVA
Unimed Vitória, traz outros argumentos para a tese da inten-
cionalidade. Ele ressalta que, em 1498, os portugueses con-
cretizaram seu antigo sonho, chegando às Índias, por meio
da expedição comandada por Vasco da Gama. "O lucro com
a revenda das especiarias lá obtidas foi muito grande. Num
dado momento da viagem, Cabral desviou da sua rota para o
oriente e, de propósito, rumou com sua esquadra para o oeste,
chegandoaoBrasil", comenta. Paraoprofessor, eramcumpridas
as instruções do governo, que queria localizar a terra que já
sabia existir e dela tomar posse.
"Os que acreditam na tese do descobrimento acidental
se baseiam no fato de não haver prova documental que con-
firme o envio oficial da esquadra ao litoral brasileiro no meio
da viagem para a Índia", explica. Porém, os estudiosos não
creemmais na possibilidade de a frota ter encontrado a costa
brasileira por erro de navegação. "Desde as primeiras décadas
do século XV, Portugal envia expedições ao Atlântico Sul, e
seus navegadores conheciam bem as direções dos ventos e
das correntes", cita.
O professor
José Renato não
acredita na tese do
descobrimento. Ele
explica que desde as
primeiras décadas do
século XV Portugal já
explorava os oceanos
e fazia expedições
para as Índias.
PRIMEIRA E DEMAIS CAPITAIS
A primeira capital do país foi estabelecida pelo governador
geral Tomé de Souza em 1549, em Salvador. Tratava-se de uma
medida da Coroa Portuguesa, instituindo o governo geral, para
melhor controlar a administração da colônia. O governador-
geral Tomé de Sousa possuía extensos poderes e administrava
em nome do rei a capitania da Bahia. A administração local
era exercida pelas câmaras municipais, para as quais
eram eleitos os colonos ricos, chamados "homens
bons". Salvador foi sede do governo geral
até 1763, quando a capital da colônia foi
transferida para o Rio de Janeiro. Em 1808, o
Rio tornou-se sede do império português. Em
1960, Brasília foi fundada e se
tornou a capital da República
até os dias atuais.
NAVEGAÇÕES SIGILOSAS
A professora Patrícia Merlo explica ainda que, apesar de não
existir uma completa comprovação da realização dessamissão,
a Coroa Portuguesa tinha uma política de sigilo nos empreen-
dimentos marítimos. No caso da expedição ao Brasil, poderia
ter dois objetivos: um público e outro secreto. O primeiro seria
desenvolver as operações comerciais na Índia e o segundo,
confirmar as explorações realizadas anteriormente noAtlântico
Sul, com a tomada de posse oficial das novas terras.
De acordo coma professora Gilda Rodrigues, graduada em
Pedagogia e especialista em formação de professores, os por-
tugueses procuravam impedir que outros países tivessem co-
nhecimento de seus projetos, já que não gostariamde ter que
dividir as terras com outros concorrentes como os franceses.
1494
1500
Assinado o Tratado de Tordesilhas,
acordo assinado entre Brasil e Portugal,
estabelecendo os limites de territórios
descobertos durante as navegações.
Janeiro:
A expedição do
espanhol Vicente Yanez
Pinzón aproxima-se do Ceará.
Fevereiro:
O espanhol Diego de
Lepe cruza o litoral entre o Rio
Grande do Norte e Pernambuco.
22 de abril:
Pedro Álvares Cabral
e sua esquadra desembarcam
oficialmente na nova terra.
26 de abril:
É celebrada a primeira
missa no Brasil.
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