REVISTA VIVA
|
37
Coloque a conversa
em dia
A
maioria das pessoas vê o sexo como uma questão
íntima sobre o qual, às vezes, evita-se falar até com
os mais próximos. Inclusive casais que ficam juntos
por muitos anos costumam encontrar dificuldades para falar
desse assunto. As pessoas estão, é claro, comunicando sua
sexualidade o tempo todo por meio da expressão corporal no
relacionamento com os parceiros.
É saudável renovar nossa sexualidade na conversa, que
não deve ser demais. Namaioria dos casos, os casais agemna
suposição, pensando para o outro e achando que sabe o que
o outro quer dizer. No entanto, essa forma de pensar resulta,
muitas vezes, da falta de comunicação, pois a verdade é quase
sempre diferente daquela que se imaginou. Toda conversa
sobre sexo deve ser baseada na confiança. Só é possível falar
com franqueza a respeito dos próprios sentimentos confiando
no (a) parceiro (a). Num relacionamento amoroso, essa con-
fiança chega com o tempo, não se aprende confiança em um
curso intensivo. Trata-se de um sentimento que se adquire ao
longo de uma relação emque prevalecemo amor e o respeito
um pelo outro.
O tempo, o amor e o sexo nos renovam colocando em
nossas vidas o desejo de um filho, até chegar uma nova vida.
Para os homens a paternidade muitas vezes se relaciona com
a ideia de potencia sexual. Afinal, os filhos provamque aquele
homemestá ativo sexualmente. Emgeral, eles experimentam
uma enorme sensação de poder no momento do nascimento
dos filhos. Nas mulheres o desejo de dar a luz a uma criança
costuma ser tão forte como o desejo sexual. A mulher adulta
pode querer ter filhos porque está pronta para assumir essa
responsabilidade de ser mãe. Ninguém sabe o que é ser pai
ou mãe até o momento que o bebê chegue.
A sexualidade do casal semodifica a cadamês de gestação
e após o nascimento. Com a conversa e no passar do tempo
o casal se revela na sua profundidade e inteireza. Mas como
fica a sexualidade com o decorrer do amor, do filho e dos
anos? Vai depender muito da conversa que começou antes
do desejo do filho. A sexualidade saudável e prazerosa, em
sintonia coma alma conjuga o amor carnal, constrói a família
e renova em nós a vida.
Maria Angélica Cardoso Belonia,
cooperada Unimed Vitória, é
ginecologista, obstetra e professora
de medicina na Ufes - Universidade
Federal do Espírito Santo.
Por
Maria Angélica Cardoso Belonia
foto
Arquivo
AMOR E SEXO