abril2015
vemVIVER
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Duasmães, padrastos carinhosos
, cachorros latindo
parapapagaios e a sala cheiade amigos. Aestrutura familiar não
segue mais só o modelo clássico. Atualmente, há espaço para
todas as formas de amor. Realizado pelo Instituto Brasileiro de
GeografiaeEstatística (IBGE), oúltimoCensoDemográficomos-
tra que a configuração familiar tradicional - composta por pai,
mãeefilhos-somou54,9%do índice total dapesquisa.
Para se ter ideia, há pelomenos 28,6milhões de novas famí-
lias noBrasil, ou seja, netosmorando com os avós, amigos divi-
dindo as contas da casa e outras tantas combinações. Segundo
a psicólogaMaristela Vallim Botari, diversos fatores impulsio-
naram essas alterações, como asmudanças positivas relaciona-
dascomaspolíticaspúblicas, aeducaçãoeacultura.
O vasto acesso à informação também ajuda - emuito - na dis-
seminação de novos valores. Mesmo aqueles que foram cria-
dos em padrões rígidos, com excesso de regras e de imites,
ampliaram suas visõesdemundodepoisde terem contato com
pensamentos diferentes. "A televisão e as redes sociais, por
exemplo, ajudam a apresentar ideias e comportamentos que
nem sempre são compatíveis com a tradição. O avanço da tec-
nologia favoreceadiversidade", afirma.
Novoslaços
A auxiliar de escritório JacquelineMendes émãe de Brenda e
de Julia, de 13 anos e cinco anos, respectivamente. Depois que
seumarido faleceu, há quatro anos, ela achou que não conse-
guiria formar umanova família. Resolveu
dar uma nova chance ao amor quando
conheceu o supervisor de atendimento
Thiago deMoraes e o convidou para di-
vidir o lar comelaeasfilhas.
Segundo o Censo do IBGE, 16% dos
brasileiros vivem uma situação seme-
lhante. "O começo não foi fácil, mas
procurei conversar abertamente com as
pequenas para que se dispusessem a
construir novos vínculosafetivos", diz.
Maristelaacreditaqueessaéumaóti-
ma forma de fazer com que as crianças
recebam os novosmoradores. "É
importante mostrar claramente
que a configuração familiar mu-
dou. Ouça o que elas têm a dizer
e permita que tenhammomentos a sós
compadrastosemadrastas", diz.
Outra dica para incentivar a convivência
é incluir os novos membros da família
emprogramas rotineiros, comonamesa
ParaapsicólogaSarah
Costa, sem respeitoesem
confiança, as relações
seguemporumcaminho
permeadoporconflitos
