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Jun/Jul | 2015 • N

o

17 • Ano 5 • REVISTA UNIMED BR

constroem uma nova forma de

ter alguém. O ponto principal

é: estou bem assim? Em algum

momento vai aparecer a falta de

alguém fixo. Mas isso pode ser

passageiro”, esclarece.

Por mais espaço que as mulheres

venham construindo ao longo

dos anos, é sobre os ombros de-

las que a cobrança por um rela-

cionamento estável cairá com

mais peso. Reflexo de uma so-

ciedade, ainda hoje, machista.

“Se o homem está solteiro, tra-

balhando e tem um bom carro,

pronto. Se a mulher está solteira,

todo mundo vai perguntar”, ana-

lisa o psicólogo. É preciso certa

dose de coragem para ir contra o

‘convencional’ e o apoio da famí-

lia também é fundamental. “Eu

nunca quis ter filho. Minha mãe

nunca foi de exigir e impor nada.

Não tenho problema ou vergo-

nha de dizer, estou bemdespreo-

cupada com isso”, diz Grazielle.

Mas, afinal, o que procuram os

solteiros? Rafael, Ligia e Graziel-

le são unânimes: é preciso perder

o medo da solidão e estar bem

consigo mesmo antes de embar-

car em um relacionamento. Con-

clusões aprendidas após algumas

experiências amorosas. “As pes-

soas têm de ser mais comprome-

tidas umas com as outras porque

momentos bons e ruins virão. Os

dois precisam saber ceder para

a balança ficar equilibrada, mas

só as duas partes sendo maduras

para entender isso”, acredita Li-

gia. O pensamento é semelhante

ao de Rafael. “O erro das pessoas

é que elas estão desesperadas

em encontrar alguém, lidam

mal com a solidão e acabam en-

carando relacionamentos que

não valem a pena. Você não tem

de encontrar uma pessoa que o

complete, mas que o transbor-

de. Quem pode completá-lo é só

você mesmo”, justifica.

O amor pode aparecer

quando menos se espera

A escritora Amanda Noventa

descobriu em uma pesquisa fei-

ta pelo site Booking.com que o

número de mulheres que viajam

sozinhas vem aumentando –

50% nos últimos cinco anos en-

tre mulheres com idades de 25

a 40 anos no Reino Unido, Ca-

nadá, Austrália, Estados Unidos

e Alemanha. E o melhor: 65%

das que encaram o desafio vol-

tam se sentindo mais corajosas

e autoconfiantes.

A própria Amanda é um exem-

plo disso. Solteira e com os ami-

gos sempre ocupados, começou

a embarcar só mundo afora e

não se arrepende. “Você fica li-

vre para fazer as coisas que tem

vontade, leva o tempo que qui-

ser em cada lugar e conhece

pessoas a todo momento”, relata

ela, autora do blog

behappynow

e colunista de viagem do jornal

O Estado de São Paulo.

“Você se

sente mais independente do que

nunca. É como se finalmente ti-

vesse descoberto que não preci-

sa de ninguém para realizar os

seus sonhos”, define.

Foi em uma de suas viagens, so-

zinha, que o destino lhe reservou

uma surpresa. Ela estava emCus-

co/Machu Picchu, no Peru, quan-

do conheceu Pedro no bar do

hostel. “Achei que fosse apenas

mais uma aventura de viagem.

No entanto passamos o resto dos

dias juntos por lá. Voltei antes

dele para São Paulo. E assim que

ele voltou, foi direto para aminha

casa. Já faz um ano e meio e esta-

mos juntos até hoje”, conta. Para

ela, os dois terem se conhecido

em tais circunstâncias fez toda

diferença para dar certo. “Duran-

te a viagem, você está mais rela-

xada, sendo você mesma e sem

fatores externos atrapalhando.

Não há tempo para joguinhos, fi-

car esperando o outro ligar nem

nada. Você simplesmente deixa

rolar porque é assim que uma

viagem funciona”, revela.

Amanda é uma prova de que

aquela pessoa especial pode

chegar inesperadamente. “Eu

encontrei o amor quando menos

esperava, fazendo o que eu mais

amava. E hoje percebo que isso só

aconteceu porque eu estava com-

pletamente entregue à minha

viagem e ao meu momento.”

Amanda Noventa

conheceu seu namorado

quando viajou sozinha

para Machu Picchu

Grazielle Silva

acredita que a

solteirice não

deve ser vivida

com amargura

Ligia

Fontanelli: o

gosto pela

independência

vem desde a

infância