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Jun/Jul | 2015 • N
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17 • Ano 5 • REVISTA UNIMED BR
doadores. E é justamente quando são registrados mais
acidentes e a necessidade de transfusões aumenta.
“O sangue é de origem humana e só vem da doação de
uma pessoa para a outra, não tem nada no mercado
que possa substituí-lo. Por isso é tão importante a doa-
ção”, explica o hematologista e hemoterapeuta Renato
Barros, responsável pelos Postos Externos e Agências
Transfusionais da Fundação Pró-Sangue de São Paulo.
Cada doação pode salvar até quatro vidas, uma vez
que o material é separado em diferentes hemocom-
ponentes: concentrado de hemácias (glóbulos verme-
lhos), concentrado de plaquetas e plasma.
‘Venci o medo’
O medo é um fator que ainda impede muitas pessoas
de irem até um posto de coleta. Priscila Pisoni preci-
sou vencer uma barreira pessoal. “Eu tinha medo da
agulha, um receio bobo de ser dolorido, passar mal ou
de pegar alguma doença”, confessa a colaboradora do
setor de Desenvolvimento Humano da Unimed Lajea-
do. Estimulada pela campanha promovida na coopera-
tiva, ela decidiu encarar seu fantasma e hoje doa san-
gue três vezes ao ano. “Meu conselho é que percam o
medo. É bem tranquilo, não dói nada. E é bom ajudar o
próximo. Quem sabe amanhã eu não precise? Gostaria
que alguém me ajudasse, pois precisamos nos colocar
no lugar do outro”, diz.
A coleta dos 450ml dura apenas seis minutos. O índi-
ce de pessoas que apresentam alguma reação, como
um hematoma no braço ou tontura, é muito baixo,
apenas 3% dos casos.
Honestidade também salva vidas
Ao chegar a um posto de coleta, o doador responderá
a um questionário pessoal e sigiloso. A sinceridade é
extremamente importante na hora da entrevista. “É
preciso estar em boas condições de saúde e ter um
comportamento de vida que não traga risco de adqui-
rir doenças transmissíveis pelo sangue”, explica Rena-
ta. “Se eu omitir alguma informação, meu sangue será
analisado normalmente, no entanto existe chance de
eu ter contraído um vírus e os testes laboratoriais não
detectarem imediatamente.”
Ela destaca que o banco de sangue precisa de
pessoas comprometidas e em condições de doar
sangue e não que venham buscar testes, já que
existem muitas outras maneiras para a realização
de exames laboratoriais. “O mérito da doação é
saber que está ajudando alguém. Você doa para
fazer o bem, não para tirar vantagem. Se for prejudi-
car a vida de outra pessoa, não doe.”
O passo a passo da doação
1. Cadastro: o candidato informa seus dados e rece-
be um código
2. Teste de anemia: esse exame é feito para verificar
se o candidato possui nível de hemoglobina “den-
tro dos parâmetros de normalidade”
3. Sinais vitais e peso: são verificados batimento
cardíaco, pressão arterial, peso e temperatura do
candidato
4. Triagem clínica: o candidato responde a uma en-
trevista confidencial, com o objetivo de avaliar se a
doação pode trazer riscos a ele ou ao receptor
5. Voto de autoexclusão: o doador faz uma opção
confidencial respondendo SIM ou NÃO à pergun-
ta: “Você apresenta situação de risco para doenças
sexualmente transmissíveis?”
6. Coleta: é passada uma solução antisséptica no
local onde será feita a punção. A colheita de san-
gue é totalmente segura, sendo utilizada uma
agulha estéril, de uso único e descartável, para co-
letar cerca de 450 ml de sangue e amostras para a
realização de exames obrigatórios por lei
7. Lanche: o doador recebe um lanche e um suco,
que deverão ser consumidos assim que o sangue
for doado
Após a doação, é recomendável manter o curativo no
local por pelo menos quatro horas, não ingerir bebidas
alcoólicas, evitar esforço físico e beber bastante líquido.
Quem pode doar
Requisitos básicos:
· estar em boas condições de saúde
· ter entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos preci-
sam da autorização dos pais ou responsáveis
· pesar no mínimo 50 quilos
· estar descansado (ter dormido pelo menos 6 ho-
ras nas últimas 24 horas)
· estar alimentado (evitar alimentação gordurosa
nas 4 horas que antecedem a doação)
· apresentar documento original com foto, emitido
por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de
Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Tra-
balho ou Previdência Social)
É preciso respeitar os intervalos para doação:
·
homens – 60 dias
(máximo de 4 doações nos últimos 12 meses)
· mulheres – 90 dias
(máximo de 3 doações nos últimos 12 meses)
Fonte: Pró-Sangue – Hemocentro de São Paulo