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Out/Nov | 2016 • N
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25 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR
D
esdeaprimeiraassocia-
ção do uso de laços na
área da saúde, quando
ativistas contra a aids criaram as
fitinhas vermelhas representan-
do suas lutas, em 1990, os laços
de fitas da consciência, como
são chamados, ganharam cores
e meses de referência diferentes
para disseminar e amplificar as
mensagens sobre o controle de
diferentes doenças, os cuidados
com a saúde e a promoção da
vida saudável. Hoje, para cada
mês, há uma cor e uma causa.
As iniciativas de mobilização
da população em torno dos te-
mas da saúde adotaram esses
parâmetros a fim de alertar para
a prevenção de doenças ou dar
visibilidade às lutas das pessoas
doentes.
O movimento Outubro Rosa
nasceu nos Estados Unidos, na
década de 1990, para estimular
a participação da população no
controle do câncer de mama.
A data é celebrada anualmente
com o objetivo de promover não
apenas a conscientização in-
ternacional, mas também com-
partilhar informações sobre a
doença.
A primeira iniciativa vista no
Brasil em relação ao Outubro
Rosa foi a iluminação em rosa
do Obelisco – Mausoléu ao Sol-
dado Constitucionalista, situado
em São Paulo, em outubro de
2002. Em outubro de 2008, di-
versas entidades relacionadas
ao câncer de mama iluminaram
de rosa monumentos e prédios
em suas respectivas cidades. O
Cristo Redentor, no Rio de Janei-
ro – estátua reconhecida mun-
dialmente –, ficou iluminada
pela primeira vez naquele ano.
E, a partir de outubro de 2009,
se multiplicam as ações relati-
vas ao Outubro Rosa em todas
as partes do Brasil.
Dentre os tipos de câncer, o de
mama é o quemaismatamulhe-
res no País. Entre 2009 e 2014,
os casos da doença aumentaram
13,4%, número que represen-
ta uma taxa de crescimento de
mais ou menos 2% ao ano. Ao
todo, são 57 mil novos casos de
câncer de mama no Brasil a cada
ano, conforme dados do Institu-
to Nacional do Câncer (Inca).
Semelhante ao Outubro Rosa,
o Novembro Azul – campanha
lançada em 2008 – tem como
foco a população masculina em
relação aos riscos e à preven-
ção do câncer de próstata. Essa
doença é a segunda mais co-
mum entre os homens e a sexta
no mundo, segundo o Inca, com
uma estimativa de 69 mil novos
casos ao ano, ou seja, 7,8 novos
casos a cada hora. Um estudo
realizado no ano passado pela
Sociedade Brasileira de Urolo-
gia (SBU) apontou que 51% dos
homens nunca consultaram um
urologista.
Com base no documento
World
Cancer Report
2014 da Interna-
tional Agency for Research on
Cancer (Iarc), da Organização
Mundial da Saúde (OMS), é in-
questionável que o câncer é um
problema de saúde pública, es-
pecialmente entre os países em
desenvolvimento, onde se espe-
ra que seu impacto na popula-
ção corresponda a 80% dos mais
de 20 milhões de novos casos
estimados para 2025.
A estimativa para o Brasil até
2017 aponta a ocorrência de
600 mil novos casos de câncer.
Excluindo o câncer de pele não
melanoma (aproximadamente
180 mil), são esperados 420 mil
novos casos.
O perfil epidemiológico obser-
vado assemelha-se ao da Amé-
rica Latina e do Caribe, onde os
cânceres de próstata (61 mil) em
homens e mama (58 mil) em
mulheres serão osmais frequen-
tes. Sem contar os casos de cân-
cer de pele não melanoma, os ti-
pos mais frequentes em homens
serão próstata (28,6%), pulmão
(8,1%), intestino (7,8%), estômago
(6%) e cavidade oral (5,2%). Nas
mulheres, os cânceres de mama
(28,1%), intestino (8,6%), colo do
útero (7,9%), pulmão (5,3%) e es-
tômago (3,7%) figurarão entre os
principais.
Conheça o calendário de
lanços da consciência
mais reconhecidos:
Fevereiro:
roxo – lúpus e
fibromialgia
Abril:
azul – autismo
Maio:
amarelo e vermelho –
acidentes de trânsito e câncer
bucal, respectivamente
Junho:
laranja – anemia, leucemia
Julho:
amarelo – hepatite
Setembro:
verde e lilás –
doação de órgãos e alzheimer,
respectivamente
Outubro:
rosa – câncer de mama
Novembro:
azul – câncer de
próstata, diabetes
Dezembro:
vermelho – aids